Venham mais cinco
Duma assentada
que eu pago já
Do branco ou tinto
Se o velho estica
Eu fico por cá
.......
Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que já é tempo
D´embalar a trouxa
E zarpar
Admito que, actualmente, poucos jovens na faixa etária dos 13 aos 35 ouçam Zeca Afonso.
No entanto, este homem que hoje faria 80 anos, marcou durante mais de duas décadas, não só a juventude, mas principalmente esta, com as canções que compunha ou que, simplesmente, interpretava.
Era, com alguns cantores seus contemporâneos, aquela voz que, em consequência da forte censura vigente, que ele tentava ludibriar, com jogos de palavras, chegava aos ouvidos de muitos portugueses, quase sempre de forma furtiva e clandestina, e os despertava para a realidade do Portugal de então.
Muito já se escrevia, na altura, contra a ausência de liberdades, sobre a miséria e atraso crónicos deste país, mas fazê-lo cantando tem outra eficácia e uma maior abrangência.
Como disse alguém, noutro contexto, “cantar é rezar duas vezes”.
Assim fez o Zeca. Cantando multiplicou o alcance da sua “doutrina”. A doutrina que nos conduziu à democracia de que, tranquilamente hoje usufruímos e, por vezes, malbaratamos.
Estaremos nós a merecer Zeca Afonso?
domingo, 2 de agosto de 2009
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