quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Hoje falamos de: José Saramago e a Bíblia e o deputado



           Notícia de última hora: "Por vontade de um deputado europeu, o prémio nobel da literatura, José Saramago foi  expulso de Prortugal por ter criticado a Bíblia" 
In jornal X do dia 1 de Abril de 2010


   
 Não quero, obviamente, entrar em discussões de carácter metafísico ou religioso porque os meus conhecimentos nesse campo não são suficientes para grandes dissertações.

Como católico, se assim me posso classificar, dado que a minha prática não prima muito pela assiduidade, tenho que dizer que comungo de um moderado desagrado relativamente à forma como Saramago se referiu ao “Livro dos Livros. Não obstante, como interessado (q.b.) pelas coisas, e prezando a minha liberdade crítica tenho que reconhecer que, abrindo a Bíblia ao acaso, em particular nos livros do Antigo Testamento, é rara a página em que não sejam relatados casos em que mão do Senhor/Deus se abate, duramente, sobre os desobedientes. Fácil é encontrar, também, episódios de terror e crueldade como aquele conhecido sacrifício, felizmente não consumado, do filho de Abraão, a praga sobre os egípcios, em que nem as crianças foram poupadas, a destruição de Sodoma e Gomorra, os castigos cruéis para mulheres adúlteras e muitos outros. Não é, claramente, uma literatura que deva estar acessível a crianças nem mesmo a certos adultos. Não obstante é, também, um livro rico de ensinamentos, respeitado por centenas de milhões de pessoas.

Mas há que lembrar as condições particulares da escrita destes textos, e as condicionantes que envolveram a sua feitura. Condicionantes de tempo, espaço, raça e cultura, que numa leitura moderna temos que ressalvar. Por tal razão não me parecer correcta a análise, um pouco primária, de Saramago nem compreendo o seu gesto censório que faz recordar os tempos do lápis azul.

Todavia considero completamente ridícula, nada próprio de um deputado europeu, a afirmação de que deveria ser retirada a Saramago a cidadania portuguesa, proferida por Mário David, do PSD. (Se o Deus da Bíblia fosse o de hoje, este senhor deputado, por tão grande blasfémia lesa património, levaria um bom castigo, de certeza.)

Que tal recriar a inquisição, sr. Deputado, para castigar o herege Saramago?
Valha-nos o Deus de antigamente!



quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Hoje falamos de: Rescaldo eleitoral




Contados que estão os votos, a primeira conclusão a tirar é que os habitantes do concelho de Anadia, parece que não querem a mudança. Como se pode ler, pelos resultados, sequer arriscaram essa hipótese. Nalgumas freguesias foram, até, muito contundentes, rejeitando candidatos com muito valor e com trabalho, excelente, feito pela sua terra, ao longo de vários anos o que é muito injusto e estranho.

Acreditamos que, no concelho, para muitas pessoas a decisão de votar num dos partidos resultou de convicção e de uma opção pessoal, mas também tenho a certeza que outras houve e não poucas, em que o voto foi induzido com recurso á deturpação da verdade de certos acontecimentos por alguns agentes políticos; pela abordagem tendenciosa de factos sociais com carga política por via de alguma imprensa; pelos arranjinhos de última hora com conivência da câmara; pela pressão sobre os eleitores, esta bem patente, nas próprias assembleias de voto.

Outra das importantes ilações a tirar é que a facção Ildefonso/ José Manuel Ribeiro não tem tanta influência como eles supunham, o que leva a concluir que, apesar das tricas, das denúncias e críticas, Litério Marques manteve, quase intacta, a sua franja de apoiantes.

L. Marques demonstrou-se incólume e, saindo incólume, ficou com a posição reforçada, nomeadamente em relação às denúncias anónimas de actos impróprios que tentavam imputar-lhe.

Este desfecho, na minha perspectiva, não favorece JM Ribeiro numa futura candidatura à câmara pois, o mais provável é que L. Marques prepare a “cama” para um dos seus delfins, abandonando o cargo antes do fim do mandato, beneficiando aquele da base de apoio que L. Marques mantém.

Afigura-se uma dura batalha para JM Ribeiro, no que concerne à conquista de um lugar na câmara, daqui a 4 anos, a não ser que a facção Ildefonso/JM Ribeiro consiga derrubar L. Marques provando que os factos, revelados anonimamente, aconteceram realmente.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Hoje falamos de : O que eles disseram- Fim do episódio

Termino hoje a saga das contradições que nestes últimos meses revelaram, em Anadia, um classe política que se acoita sob a sigla do PSD que se agarra ao poder a todo o custo e vive mergulhada em negociatas e interesses obscuros, que a líder conhece, mas não divulga nem permite que se divulgue.

Assim vai a política laranja em Anadia

Fevereiro/09 – JB: “Litério Marques diz que é candidato”


L.M. diz: “Duvido da legalidade da votação que elegeu J.M.R. para a concelhia, pois fica a dúvida da origem dos votos pois a identificação das pessoas não foi fiscalizada”. Para além do mais: “ Não constava na agenda qualquer ponto que se referisse á votação o que se me afigura uma grave irregularidade”.

Conclusão: Será que as práticas ilegais, no PSD de Anadia estão a tornar-se virtudes?

Fevereiro/09 – JB: “Verdadeiramente lamentável a postura de Litério Marques, diz J.M. Ribeiro”

Ainda se pode ler: “Uma sondagem desfavorável a L. Marques e a possibilidade de vir a ser constituído arguido em processo judicial, até ao fim do mandato foram os argumentos para que a escolha da concelhia recaísse em JMR.”

JB baseou-se num diário nacional que atribuía a JMR a frase: “L. Marques poderá ser constituído arguido até ao final do mandato autárquico”

Mais tarde J.M. Ribeiro disse que nunca tinha dito tal coisa.

Conclusão 1: Pois é! Os jornalistas são uns grandessíssimos mentirosos.

Conclusão 2: lembram-se de um famoso “dossier” que teria sido entregue à Comissão Política Distrital pela concelhia, com alegadas irregularidades e que ficou no segredo dos deuses?

Março/09 – RB: “A Comissão Política Distrital rejeita candidatura de José Manuel Ribeiro”

Golpe fatal!

Março/09 – RB: “Distrital não tem legitimidade de chumbar o nome de José Manuel Ribeiro” opina Lígia Seabra.

Diz também que “O partido não pode servir para legitimar aqueles que violam os mais elementares direitos da democracia pondo em causa o bem comum” e ainda: “ O pior é que o concelho não quer estar mais escravo da vontade de um só homem”.

Refere ainda que foi entregue um dossier, em mão, a M. F. Leite, para que se pronuncie.

Conclusão 1: não posso estar mais de acordo com o que diz Lígia Seabra. Esperemos então que ela convença os militantes a votarem no único partido alternativo, para Anadia.

Conclusão 2: M. Ferreira Leite, pelos vistos, não lhes ligou nenhuma. Merece um castigo; votem no PS

Abril/09 – JB: “Concelhia candidata novamente J. Manuel Ribeiro”

JM diz que : “Considero que chumbo que além de um profundo desrespeito pelas decisões dos órgãos próprios, afronta os militantes desta secção”

“A concelhia entende que não há condições para que LM seja candidato. Existe um dossier interno, onde estão descritos os impedimentos. Os órgãos competentes conhecem-no”

Conclusão. Outra vez o misterioso dossier. Será este documento que terá os factos para a atirar LM para a escuridão das masmorras?
Concvlusão 2: Desrespeitados pela 2ª vez e continuam a assobiar para o lado.

Junho/09 – RB: “Sem ressentimentos” diz Litério

LM desabafa: “ A política é mesmo assim, embora nem sempre se escolham os melhores métodos para ganhar”.

Conclusão: disso sabe ele.

LM diz também: “A concelhia tem obrigação de apoiar o candidato do PSD (ele). Nunca fui concorrente contra ninguém. Fui convidado pela presidente do PSD e aceitei”.

Conclusão: de facto este homem tem lábia, que é o mesmo que dizer em português vernáculo: “ conversa de pt. velha”. De sonso não tem nada e vergonha nenhuma.
Conclusão final: Dói pensar que este partido e estas pessoas irão, certamente, continuar a governar Anadia, com o apoio de pessoas iguais a eles mas, também, com o apoio de pessoas boas e irrepreensivelmente honestas. Dá vontade de gritar : " tirem-me deste filme" . 

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Hoje falamos de: O que eles disseram parte II


Revisitando a minha hemeroteca descobri mais alguma conversas.


Janeiro/09 - RB : “Grupo de militantes pede impugnação das eleições concelhias”

Um grupo de militantes do PSD , entregou, no concelho de jurisdição nacional um pedido de impugnação das eleições para a concelhia, cujo primeiro subscritor é o vereador Jorge Sampaio.”

A este respeito, Ildefonso Costa disse: “ o pedido e impugnação não tem razão de ser. Não é fácil contar com a vitória e perder.”

“É preciso saber perder. É uma azia que ficou no estômago de algumas pessoas. Espero que isto não seja a miniatura de uma grande derrota.”

Conclusão 1: prova-se que a amizade interesseira, e a conivência política não resistem á ganância.

Conclusão 2: Espero que, quanto á premonição da grande derrota, os seus militantes o ouçam, Sr. Ildefonso.

Fevereiro/09 – JB: “Fórum sobre reabilitação do núcleo urbano de Anadia”

José Manuel Ribeiro: “em termos de prioridades temos muitas carências em todas as freguesias que urge colmatar para dar qualidade de vida às populações “
“As pessoas e os recursos da própria câmara devem estar prioritariamente disponíveis para ajuda das pequenas necessidades do dia - a- dia dos munícipes em detrimento das grandes obras

Conclusão: Caro José Ribeiro, não podemos estar mais de acordo. Por onde tem andado que só agora conclui isso?

Fevereiro/09 – RB: “Guerra aberta no Partido Social Democrata “

“Está acesa a guerra no PSD local. José Manuel Ribeiro foi o candidato escolhido pelos militantes da concelhia”.

J.M. Ribeiro salientou : “o desgaste e alguma insatisfação com o poder autárquico local. Os munícipes não sentem paixão pelo trabalho da autarquia”

RB: “ …a noite foi de grandes críticas ao presidente da câmara”; “As intervenções foram no sentido de uma mudança que apresente uma nova dinâmica; novas ideias e novos projectos.

Sobre a possibilidade de PSD nacional impor um candidato” (e.g. Litério Marques), diz J.M. Ribeiro: “Não é prática do partido impor candidatos. Não me passa pela cabeça que o PSD funcione de uma forma estalinista”

Disse ainda que: “obras não são só infra-estruturas. Há estruturas no concelho que estão desaproveitadas. Tem que haver mais diálogo e respeito pelas pessoas” e, por tudo isto, “a concelhia entendeu que Litério Marques não reúne condições para ser candidato”.

Conclusão 1: Foram desrespeitados. Imposeram-lhes um candidato que não presta e, para cúmulo do agravo, concretizam-se os receios de JMR: o PSD funciona de forma estalinista.

Conclusão 2: Agora, que sabemos o desfecho da contenda, só vejo uma saída digna para os membros da concelhia e para os militantes do PSD: a demissão em bloco e a devolução dos cartões de militante.

Fevereiro/09 – RB: “Litério Marques falta à verdade”

J.M. Ribeiro diz que: “Lítério Marques falta despudoradamente à verdade quando afirma que tem o apoio da Comissão Política Distrital. É falso que os órgãos nacionais do PSD apoiem a sua candidatura” e, mais adiante: “ as afirmações de L.M. só vêm provar que não tem cultura democrática. Estas manobras e esquemas não abonam nada na sua (já fraca) reputação no que se refere ao respeito pelas pessoas”.

Conclusão: Em face desta opinião, vinda de uma pessoa  respeitável como  o deputado e presidente da AM, eu já não digo nada.  Tire você a sua conclusão e diga-me se se LM merece ser presidente de câmara.

Haverá uma terceira e última parte. Espero que estejam a apreciar este folhetim que não é pura ficção, mas com figuras reais da nossa praça.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Hoje falamos de : O Sr. José Camaleão



Li, ontem, no JN, uma peça de Pedro Fontes da Costa com o título. “Contestada demolição do mercado local”. Anadia

Começa por escrever que, cito: “Os lideres do PS, CDS/PP e CDU estão unidos na luta contra a demolição do antigo mercado municipal…” Mas abaixo refere o jornalista que: “Lino Pintado, candidato do PS à Câmara de Anadia, foi o primeiro, em reunião de Câmara, a insurgir-se contra a demolição, defendendo a requalificação do espaço, mantendo a traça arquitectónica.”

De Maria do Céu Castelo Branco diz que, também ela, defende a reconversão do espaço para outras valências.

Quanto a José Paixão da CDU diz que, para este candidato, a demolição do mercado “é algo que não aceitamos” e que “até gostei do vídeo de apresentação do projecto de Regeneração Urbana do Centro de Anadia, mas demolir o mercado está fora de causa”.

A propósito, porque a memória de certos candidatos parece ser curta, recomendo a leitura das declarações ao “Fórum Anadia”do JB, que, em 04/02/09, questionou os lideres dos 4 partidos sobre a R.U. do Centro de Anadia.

A par de J.M. Ribeiro, do PSD, a declaração de José Paixão da CDU, foi de grande elogio e total apoio ao projecto sem nenhuma preocupação com as consequências para o velho mercado.

Disse Paixão, nessa altura: “ A requalificação do núcleo urbano de Anadia, com base no projecto que foi apresentado… será, com certeza uma obra estruturante”. “…permitindo assim um efectivo benefício da qualidade de vida e de circulação dos cidadãos”.

E mais adiante Paixão preocupa-se: “ O que me preocupa é, se, o projecto e requalificação só abrange a zona do antigo mercado, ou se abrange o resto da cidade e zonas envolventes…”.

Como se vê aqui e em toda a declaração, nem uma única vez questiona a demolição do velho mercado, antes pelo contrário demonstra tê-la aceitado, ao concordar com aquele projecto e em completo desacordo com o que agora declarou ao Jornal de Notícias. É candidato e corre atrás de votos, eu percebo, mas faça-o com alguma coerência, porra!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Hoje falamos de : A CM de Anadia civiliza-se


Neste mesmo blog, há uns tempos atrás, instei a câmara de Anadia a seguir os bons exemplos de câmaras vizinhas, em termos de mobilização e sensibilização dos anadienses para as boas práticas ambientais.


Fico contente por ver que o meu apelo não foi em vão e que a CM de Anadia começa a dar passos a caminho da civilização. Pena é que estas acções surjam tão tardiamente e sempre em consequência de pressões dos media. Temos uma câmara sem iniciativa, que anda a reboque da opinião pública.
Sejamos nós bons aprendizes e teremos, certamente, um concelho mais agradável.

sábado, 12 de setembro de 2009

Hoje falamos de : O que eles disseram. Parte 1

Foto publicada emJB

O que eles disseram, vem na sequência do comentário segundo o qual J.M.Ribeiro estará disponível para apoiar Litèrio Marques. Atitude que, a acontecer, vem confirmar que "inimigos inimigos, negócios à parte" ou uma influência da escola de Paulo Rangel que diz que " A política é autónoma da ética e a ética autónoma da política"
Sá Carneiro pensava o contrário: " Política sem ética é uma vergonha" Quem terá razão?

Junho 2008 in J.Notícias. “Litério leva funcionários da câmara para o PSD”
Quanto aos 182 novos militantes aliciados, diz Pedro Esteves:
“ Grande parte são funcionários e familiares e há, também, famílias inteiras que já entraram em listas do CDS.” Diz, também, que considera o método incorrecto e, ainda que, 6 elementos (da concelhia) votaram contra, derrotando a proposta.
Litério Marques diz que é mentira: “a proposta passou com 6 votos a favor e 3 contra”
Conclusão: Nenhum deles sabe fazer contas.

Outubro 2008 in JB (Jornal da Bairrada) Guerra aberta entre Litério e Ribeiro”
“Litério critica agora abertamente Ribeiro e, este último…não tem aparecido lado a lado com o autarca…”
Pedro Esteves enviou uma carta a M. Ferreira Leite denunciando “que a acta enviada por L. Marques não correspondia á verdade”
“O conselho de jurisdição rejeitou os 182 militantes (
funcionários) propostos por L.M.”
“A recusa da admissão destes militantes implica a aceitação de que a acta enviada por L.M. não era verdadeira, podendo dar origem a um processo disciplinar” .
Conclusão 1-Um exemplo claro do que é uma política de verdade
Conclusão 2- Mais um crime sem castigo.

Outubro 2008 in JB. “JSD pede processo para Litério”
Diz Pedro Esteves que Litério “falseou uma acta e prestou falsas declarações” e que “Começamos a ter dúvidas quando ouvimos falar de violação do PDM, alterações de cartas educativas…”
Conclusão: Só agora é que começa a ter dúvidas?Que dizer de tanta ingenuidade? Será que o rapaz já fez seu primeiro truca-truca??

Outubro 2008 in RB (Região Bairradina).Lítério Marques ameaça impugnar marcação de eleições” (para a concelhia, cujo candidato era José Manuel Ribeiro)
“ Litério Marques veio a público dizer que não incorreu em nenhuma irregularidade”, que apenas, seguiu o método habitual no PSD, usado inclusive, recentemente, pela JSD.
Conclusão: É tal a confusão que não conhecem a diferença entre a chávena e o penico.

Outubro 2008 in JB. “ José M. Ribeiro é candidato à concelhia”
J.M. Ribeiro candidata-se porque diz: “Tenho consciência que o PSD de Anadia precisa de uma equipa na verdadeira acepção da palavra, que tenha capacidade de liderar um processo político… com isenção, responsabilidade e credibilidade”; “ que tenha ideias e projectos para a população anadiense”.
Conclusão: Que grande atestado de incompetência dirigido á equipa actual que é a que se recandidata.
Segundo J.M. Ribeiro, eles não são isentos, não são responsáveis, não são credíveis, não têm ideias nem projectos para o concelho. Mas, segundo parece vai continuar a apoiá-los. Quem sai aos seus...

Dezembro 2008 in RB. “ José Ribeiro conquista concelhia por larga maioria”
Resultado: 250 votos para J.M. Ribeiro ; 154 para a candidata de L. Marques, Vera Ladeira.
“foi a vontade de parte dos militantes dado que houve alguns que foram impedidos de expressar a sua vontade”, diz Vera Ladeira. Diz também: “ existiram militantes que não puderam votar, porque não conseguiam subir as escadas”. Pediram para votar á porta mas “ O Dr. Ribeiro, opôs-se a tal acto”.
Por seu lado, J.M. Ribeiro afirmou: “que durante o acto eleitoral aconteceram coisas inimagináveis, desde pressões até ameaças telefónicas”
Conclusão 1: Bem feito. Quem os manda ser entrevadinhos
Conclusão 2: Torna-se óbvia a fonte de inspiração da M.F Leite para a célebre frase,” asfixia democrática”

Segundo capítulo, para breve.

domingo, 6 de setembro de 2009

Hoje falamos de : Beslan -um crime sem castigo



B e s l a n
Mortos
186 crianças
158 familiares
Destruídas
centenas de flores que essas crianças levavam para oferecer aos professores
Propositadamente, não coloco fotos neste post. As fotos são, por vezes, obstáculos, à imaginação porque nos orientam apenas para a perspectiva do fotógrafo, artística ou não, mas sempre a sua perspectiva. E este acontecimento deve ser avaliado na brutalidade da sua real dimensão, sem artefactos condicionantes ou orientadores da análise.
Beslan é e será, depois do holocausto, o marco que assinala o não limite da barbárie, para onde o fanatismo religioso e político, a sede de poder e os interesses financeiros de gente sem escrúpulos conduzem a Humanidade. Digo Humanidade, porque, pese embora associarmos estes actos a determinadas regiões do mundo ou a credos religiosos, este comportamento é transversal ao ser humano seja ele do Norte, do Centro, do Sul, do Leste, ou do Poente. Seja ele seguidor do cristianismo, do islamismo, do hinduísmo ou do raio que parta. Historicamente sobram os exemplos disso mesmo.
O maior problema é a impressão de que estes actos estão a ser subvalorizados sejam quais forem as suas consequências e rapidamente entram na rotina de acontecimentos vulgares. Veja-se como foi investigado o comportamento dos militares russos pela sua reacção atabalhoada na contra-ofensiva no caso de Beslan. Veja-se a recente libertação, e a forma como foi recebido, o terrorista líbio que fez explodir, em pleno voo, o avião da Lockerbie com mais de duzentas e cinquenta pessoas a bordo.
Curiosamente, nem num caso nem noutro se ouvem vozes acusatórias, ou discordantes, dos países que se armam em paladinos, na defesa da justiça.
O Petróleo não é apenas combustível poluente. É, também um inibidor de memória.É, embora não o admitam, um enorme "diamante de sangue”.

domingo, 23 de agosto de 2009

Hoje falamos de: Viram, por aí, uns panfletos?



Claro que não viram, pelas simples razão de que eles não são da autoria da câmara de Anadia

Mas estes "postais" ao vivo vêem, todos os dias

Claro que ninguém viu estes panfletos, ou outros com a mesma finalidade, pela simples razão de eles não serem da autoria da CM de Anadia.
A câmara de Anadia tem demonstrado que não inclui no rol das suas preocupações promover campanhas de sensibilização, na área do ambiente, ou não fosse ela a principal prevaricadora, continuando neste e em variadíssimos outros aspectos a anos-luz de outros municípios.
A política de preservação ambiental, cuja parceria com outras políticas assume importância decisiva na construção de um futuro com desenvolvimento sustentado, não faz parte do léxico deste executivo e, ainda menos, do seu presidente pese, embora, a tentativa de o disfarçar com a distribuição, necessária e recente, de uns ecopontos por aí.
No entanto não faltam panfletos de promoção da imagem do presidente da câmara os quais, contrariamente ao que algumas pessoas pensarão – se é que pensam - não chegam à nossa caixa do correio ou aos balcões das repartições autárquicas de borla. Antes pelo contrário. Eles custam aos cofres câmara, em compilação, impressão, distribuição, etc., uns bons milhares de euros por ano. Dinheiro esse que, aplicado num melhor sistema de recolha e em campanhas de sensibilização, evitariam as deprimentes situações que a foto denuncia, vulgares, também, nos caminhos agrícolas do concelho.
Face a estes e a outros exemplos de governação autárquica, penso que não será excessivo dizer: ou mudamos de rumo ou seremos um concelho sem futuro.
Outra vez me lembro da velha frase que a minha velha avó tanto gosta: “longe vá o agoiro”

sábado, 22 de agosto de 2009

Hoje falamos de: Asfixia democrática


Quando vejo a Dr. M.F. Leite, não consigo evitar associar a sua figura à personagem fantástica criada pelo Bruno Nogueira nos Contemporâneos. Ambos têm um piadão. Este, porque usa o limite do “non sense” para fazer rir. Aquela, porque leva o “non sense”tão longe que perde a noção dos limites do ridículo.
Vem esta senhora falar de” asfixia democrática” quando não é capaz de dizer uma palavra acerca do que se passa na Madeira onde está “superiormente” definido, pelo intocável do PSD que, quem não é pelo Sr. Dr. Alb. João, é inimigo a abater. Vem falar de “asfixia democrática, quando não dirige um som sequer, de resposta - nem uma “bufa”. Um peido seria mais adequado, mas isso é pedir muito - ao seu peão de brega madeirense, quando este, libertando a sua conhecida flatulência, empesta o ambiente com os métodos e afirmações que tresandam à putrefacta ideologia salazarista. Vem falar de “asfixia democrática” quando ela própria, questionada sobre P. Coelho admite, em entrevista na RTP, que quem é contra ela, no seu partido, não pode pensar em ser deputado. Vem falar em “asfixia democrática”, quando defende a inclusão, nas suas listas para deputados, de pessoas envolvidas em processos judiciais, já considerados arguidos, cuja opção é contestada, até pelos seus mais próximos, apoiantes. Mas ela assobia para o lado e dá uma desculpa esfarrapada.
Haverá melhor exemplo de asfixia democrática?
Há pessoas que não conseguem ver um pedregulho no seu próprio olho, mas sempre julgam ver um cisquinho no olho alheio e Ferreira Leite é uma delas.
Mas estas coisas pegam-se e o vírus “jardinocrático” já alastra aos escolhidos de MFL. Veja-se o caso de Anadia. Veja-se a quantidade e motivos da depuração efectuado por Litério Marques. Veja-se em quem recaiu a escolha para cabeça de lista à AM. Luís Santos um homem do “ámen”- com uma conhecida ligação com Litério tipo “unha com carne”.
É esta a dupla maravilha que se propõe governar Anadia. Se tal acontecer, senhores, bem podemos preparar as costas para a vénia e para o beija-mão. Quem o não fizer, e eu serei um deles, não me admira nada que tenha a vida transformada num inferno, como agora acontece na “jardinocracia” madeirense.
Só me resta dizer como a minha avó: “longe vá o agoiro”.

sábado, 15 de agosto de 2009

Hoje falamos de: É preciso sobreviver

Se te portas mal levas com a menina dos cinco olhos.
Na semana passada li no Expresso que uma sondagem, feita à população Holandesa, revelou que os holandeses acham que 12% dos membros do seu governo são corruptos, subindo para 18% no que toca aos funcionários das câmaras municipais.
Se as mesmas perguntas forem feitas aos portugueses, que valores apontarão eles? Com certeza bem mais altos, dirão muitos leitores. E terão eles razão?
Esta nota de abertura vem a propósito do que falta explicar no que concerne às recentes acusações recíprocas entre o cabeça de lista pelo CDS á AM e o presidente da Câmara de Anadia.
Francamente esperava ver escarrapachada no JB desta semana uma resposta ao artigo de Litério Marques publicado na edição anterior deste jornal. Tal não aconteceu, o que me deixa seriamente preocupado, porque L.M. coloca sombras muito comprometedoras sobre a lisura do comportamento do antigo membro do seu staff.
O que foi insinuado coloca este ex eng.º ao serviço da edilidade numa posição desconfortável que o fragiliza , pessoal e politicamente a ele e, por contaminação, a todos ou seus colegas funcionários da autarquia. Por essa razão, e pelo respeito que é devido aos cidadãos deste concelho, insisto para que não caia no esquecimnto, que deveria haver, por parte do Eng.º Sidónio, a devida, a convincente, a fundamentada defesa e contra ataque. Acredito que argumentos não lhe faltarão.

domingo, 9 de agosto de 2009

Hoje falamos de: Pela boca morre o peixe

É um velho ditado e que se aplica na perfeição ao que se está a passar em torno da embrulhada “casas clandestinas” cuja construção, em terrenos proibidos foi “consentida” pelo actual presidente da Câmara. Este afirma, no Jornal da Bairrada, que não autorizou. E tem razão! O que é ilegal não é passível de autorização.
Um antigo funcionário da CM de Anadia, no tempo em que se cometeram algumas dessas ilegalidades, Eng.º Sidónio, vem agora a terreiro, denunciá-las com a pompa e circunstância que convém a um putativo candidato às próximas eleições autárquicas. Mas este é um tema recorrente, já anteriormente tratado, política e jornalisticamente. Mesmo assim, e sabendo que tema não era novo, o Sr. Eng.º usou-o pensando que seria a bomba que iria chamuscar, irremediavelmente, o presidente da Câmara.
Quis chamuscar e parece-me que saiu chamuscado. O presidente da câmara aproveita e procura defender-se acusando o Eng.º, com virulência, de uma panóplia de incompetências que fariam corar uma estátua. Praticamente atira para ele as culpas pelas ilegalidades. Acusa-o, mesmo, no referido jornal, “ de apagar da sua memória o que não interessa que se saiba”. Não interessa a quem? O que faltará contar Sr. Eng.º?
Alargando a questão: o que faltará contar, Srs. Engenheiros e Srs. Funcionários da Câmara Municipal?
Ficamos a aguardar para ver se o Sr. Eng.º Sidónio Carvalho tem tomates (perdoem-me os mais puritanos) e argumentos para por os pontos nos ii. Se não o fizer, ficará muito mal na fotografia.

domingo, 2 de agosto de 2009

Hoje falamos de: Zeca Afonso

Venham mais cinco
Duma assentada
que eu pago já
Do branco ou tinto
Se o velho estica
Eu fico por cá
.......
Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que já é tempo
D´embalar a trouxa
E zarpar

Admito que, actualmente, poucos jovens na faixa etária dos 13 aos 35 ouçam Zeca Afonso.
No entanto, este homem que hoje faria 80 anos, marcou durante mais de duas décadas, não só a juventude, mas principalmente esta, com as canções que compunha ou que, simplesmente, interpretava.
Era, com alguns cantores seus contemporâneos, aquela voz que, em consequência da forte censura vigente, que ele tentava ludibriar, com jogos de palavras, chegava aos ouvidos de muitos portugueses, quase sempre de forma furtiva e clandestina, e os despertava para a realidade do Portugal de então.
Muito já se escrevia, na altura, contra a ausência de liberdades, sobre a miséria e atraso crónicos deste país, mas fazê-lo cantando tem outra eficácia e uma maior abrangência.
Como disse alguém, noutro contexto, “cantar é rezar duas vezes”.
Assim fez o Zeca. Cantando multiplicou o alcance da sua “doutrina”. A doutrina que nos conduziu à democracia de que, tranquilamente hoje usufruímos e, por vezes, malbaratamos.
Estaremos nós a merecer Zeca Afonso?

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Hoje falamos de: Como se fosse na Madeira


Litério Marques diz uns desconchavos e logo os nossos semanários os aproveitam para lhes dar destaque como se fossem as reflexões mais profundas e sensatas, alguma vez proferidas pelo ser humano, não se limitando a noticiá-las como é sua obrigação. Colocam-no a ele e a elas em lugar de destaque, onde só deveria estar gente que o merecesse. Esta furtiva atitude de simpatia, só terá, provavelmente, paralelo na imprensa controlada por AJJ.
Elogiam-no, quando deviam criticá-lo pelo desconhecimento que demonstra da lei, quando afirma “… andam aí com um paleio tosco para legalizar os poços”. (in JB). Ora, se ele conhecesse a lei como é sua obrigação, saberia que não se exige a legalização ou sequer a declaração de todos os poços, mas, apenas, de alguns com maior caudal de extracção. Por outro lado, “tosco” e insensato é o “paleio” de quem não reconhece que é, agora, que se previne o futuro e só conhecendo-os se podem proteger os recursos hídricos deste concelho. Não esqueçamos que especialistas já alertam para a possibilidade de uma forte redução da quantidade de água potável, em Portugal, dentro de 10 a 15 anos.
Deviam criticá-lo, mas elogiam-no pelas suas próprias contradições e ignorância, quando diz, no mesmo jornal, ”...deviam é preservar e proteger esses buracos” e “é urgente implementar mecanismos para preservar os poços…”. Claro! Mas para isso é preciso localizá-los e saber a quem pertencem porque é aos seus proprietários que compete tomar essas medidas. Mas é, atente-se bem, a lei que poderia permitir e facilitar isso - e que, para mim, deveria ser, ainda, mais abrangente - o que ele critica tão feroz e demagogicamente.
É o que temos, dirão alguns. Pois, mas assim não vamos lá

domingo, 19 de julho de 2009

Hoje falamos de: não falamos, gritamos: O TERRENO ESTÁ LIMPO

Antes

Agora





Passei há dias nos terrenos do parque desportivo e nem queria acreditar. O terreno está completamente limpo do entulho. Para onde ele foi tranferido não sei, mas que já não está naquele espaço, isso eu vi com estes que a terra há-de comer, (que seja tarde). Foi um trabalho rápido discreto e até se pode dizer, bem feito. Eu diria que quase se pode comer no chão.
Daqui endereço os parabéns, aos funcioários que executaram o trabalho.

Mesmo podendo ser acusado de partidarizar o post tenho que admitir que a intervenção do deputado José Carlos Coelho do PS que abordou este tema, na Assembleia Municipal, do dia 26/06, terá sido decisiva neste final feliz. Parece que o aproximar das eleições esta a despertar em Litério Marques, sentimentos ecológicos muito oportunos. Melhor dito:oportunistas.
A ver vamos o que se seguirá.


quarta-feira, 15 de julho de 2009

Hoje vamos falar de: Um suave perfume



Caminhar à noite é um dos meus prazeres e, parece, de muita gente.
No silêncio e tranquilidade que nos envolve, só perturbada por um ou outro carro que passa cheio de pressa, tudo parece diferente. Esquece-se o trabalho, os impostos para pagar, a conta da creche, as propinas, as negativas dos filhos, a vassoura fenómeno que dispara bagos de chumbo, as desavenças e traições no PSD, os requerimentos do deputado que não resolvem nada… e mais uma quantidade de inutilidades que nos ocupam o dia.
Mas não há, infelizmente, em Anadia, muitos locais onde se possa fazer, com segurança, uma caminhada nocturna reparadora, seja por falta de iluminação, seja por falta de bermas arranjadas ou passeios. Por isso vemos tanta gente amante deste prazer/desporto que, por falta de condições mínimas para tornar os percursos seguros, se obriga a envergar coletes reflectores, que certamente não vestiriam se não temessem pela sua integridade física.

Porque o meu conceito de prazer não inclui vestir um acessório de trabalho, escolho um dos poucos locais onde ainda não é perigoso andar, de noite, sem ele: a Curia e a sua avenida.
Todavia, mesmo aqui, o “torpor idílico” da caminhada é frequentemente interrompido pelas irregularidades do passeio. Mas, isso, eu dou de barato. Agora o “perfume” que irradia das ribeiras que a avenida atravessa, particularmente da mais próxima do Palace?!...Isso, sim, põe-me mal disposto e “tira-me do sério”porque, qual bofetada, desperta -me para a triste realidade de quão pobre continua a ser a sensibilidade ambiental desta câmara.
Nem a estância turística de excelência do concelho, lhe escapa.
Quando é que isto acaba?

domingo, 28 de junho de 2009

Hoje vamos falar de: Pequeno apontamento sobre Michael Jackson


Tenho que confessar que não fui, nem sou, um grande fã de M. Jackon. Todavia, nem zaratustra nem o Anadia tem voz podem ficar indiferente ao desaparecimento desta figura tão marcante, para milhões de pessoas e para o panorama musical mundial.
Homem de personalidade controversa, a quem atribuem o melhor e o pior, surpreendeu-nos de facto, com atitudes quotidianas que alguns consideram reveladoras, apenas, de imaturidade e outros de puro e duro calculismo mediático. Seja!!
Profissionalmente, porém, ninguém pode negar que foi inovador e senhor de uma genial irreverência e capacidade artística.
Tenho a certeza que M. Jackson deixou uma assinatura impossível de imitar e uma recordação que perdurará para além dos tempos, mesmo naqueles que, como eu, não o apreciam.

Aqui fica, pois, a nossa homenagem.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Hoje vamos falar de: Câmara Municipal versus Ambiente












Local: zona anexa ao parque desportivo do Montouro
Autor e proprietário: Câmara Municipal de Anadia
Ensinamento: como eu não digo nada, faz o que eu faço


O que vemos nesta foto é, indiscutivelmente, um mau exemplo.
Nunca será possível, perante a reiterada indiferença deste executivo pelas consequências ambientais de actos como este, desencadear nas pessoas comportamentos que, em vez de agredirem, preservem este bem comum, único e insubstituível que é o planeta onde vivemos.
Não admira pois, que a taxa de separação do lixo neste concelho não atinja os 6%
Não admira também que os caminhos florestais sejam transformados em lixeiras.
Não admira que juntos dos contentores nauseabundos sejam despejados, colchões, sanitas e outras estranhas vitualhas.
Não admira que se continue a despejar no saneamento - onde o há – o óleo alimentar usado.

E o que poderia a Câmara fazer para além de dar o exemplo?

1 - Alugar contentores e distribuí-los pelas freguesias, para recolha de “monstros”
2 – Promover campanhas de sensibilização para fomentar uma maior separação nos resíduos sólidos urbanos e uma maior consciencialização ambiental
3 – Transferir os entulhos que produz para depósitos legais.
Dir-me-ão que tudo isto custa dinheiro! É verdade! Mas, se hoje não pagar quem deve, amanhã pagaremos todos e, como dizia a minha avó, “com língua de palmo”

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Hoje falamos de: Tiananmen

A geração dos anos 40/50, a chamada do “Baby Boom”, por ter nascido no período imediato ao fim da II Grande Guerra em que houve uma “explosão”de nascimentos – é fácil compreender porquê – tem tido o privilégio de assistir a importantes acontecimentos, que não deixaram ninguém indiferente. Uns marcaram pela positiva, outros, verdadeiramente lamentáveis, pela negativa. Todos foram, porém, portadores de ensinamentos inigualáveis. Por isso, sem querer tirar a importância a algum deles, refiro, apenas, aqueles em que a juventude teve maior relevância, nas lutas contra regimes conservadores e autocráticos de direita ou ditatoriais e repressivos de esquerda. Lembro, a propósito, Maio de 68, em França, lembro Setembro de 69 em Portugal, lembro Abril de 74, em Portugal, lembro, particularmente, Junho de 89 na China.
Era o dia 3 de Junho, Sábado, do ano de 1989, passaram-se, apenas, 20 anos – quando já no nosso país a nossa juventude usufruía da liberdade por outros conquistada – que milhares de jovens chineses, a maioria estudantes, se juntaram na mítica Praça de Tiananmen, em Pequim, protestando contra a ditadura pedindo, apenas… democracia. Estavam de mãos vazias contra um regime comunista, com uma “escola” de repressão e violência criada por Mao Tsé Tung.
Estavam de mãos vazias, disse, mas exigiam uma arma, que de bélico não tem nada, mas cujo efeito pode ser devastador. A arma do voto pessoal e secreto.
Mas, esta arma o regime comunista não estava disposto dar. Em vez dela mandou tanques e soldados armados com metralhadoras, que os estudantes, de mãos vazias, enfrentaram oferecendo a vida. Milhares de vidas. Quantas? Parece que ninguém sabe, ou melhor, ninguém quer saber, nem cá e muito menos lá, porque o regime comunista chinês ameaça e reprime de forma violenta mas subtil, destruindo as carreiras profissionais ou internando em clínicas psiquiátricas, como é prática dos regimes comunistas, quem tem a ousadia de recordar o massacre.
Incomoda pensar que, há apenas 20 anos atrás, enquanto milhares de jovens trocavam a vida por um voto, já nós malbaratávamos a nossa possibilidade de o usar. E hoje, invocando os mais disparatados argumentos, essa propensão para o desperdício do voto continua a verificar-se. Mais do que uma pena, é uma imoralidade

terça-feira, 19 de maio de 2009

Hoje falamos de: vertente social

O panorama social de Anadia não é muito conhecido pelos anadienses em geral.
Tudo parece funcionar como se não existissem problemas, mas, cada um de nós, localmente, os pode identificar com facilidade. Uns menos graves e outros de franca carência a vários níveis, com intervenção sucessivamente adiada. O concelho de Anadia dispõe de uma rede de apoio social, constituída por 18(1) instituições, que é considerada uma das mais completas do distrito, e uma das melhores da NUT III – Sub-região do Baixo Vouga. E são elas, mais do que cada um de nós, que têm a real percepção do problema.
Estas instituições de solidariedade, bem como de outro tipo, nomeadamente juntas de freguesia, constituem a denominada Rede Social, que engloba um outro organismo, mais amplo denominado CLASA.
São estas instituições que, quer pela sua reconhecida qualidade, quer pela sua vocação, quer pela sua proximidade e relação com os problemas sociais, são parceiros de privilégio, em qualquer acção que vise o ataque ou o controlo de situações que requeiram intervenção social, sejam elas antigas ou que eventualmente venham a ocorrer. É, obviamente, inimaginável pensar que qualquer acção seja delineada sem a participação activa e profissional das instituições a quem, em 1ª instância compete a gestão operacional do ambiente social do conselho de Anadia.
Não parece, contudo, ser essa a opinião da Câmara Municipal, que, de moto próprio, revelando o autoritarismo que lhe é peculiar, sem qualquer aconselhamento, sem qualquer estudo ou previsão sem, tão pouco, a presença de um membro de um dos organismos que verdadeiramente vivem os problemas no seu dia a dia, resolve, com pompa e circunstância, anunciar o cartaz artístico (?) de uma feira e, ao mesmo tempo revelar, também, (porquê só agora?), a sua preocupação com o combate à carências sociais, anunciando a criação de um fundo, com receitas da dita feira, mais uma dotação orçamental. De quanto? Para acudir a que tipo e número de situações? Serão suficientes 50 000€?ou 500 000€?ou nada? Não há um valor, uma estimativa que me possa orientar relativamente ao bilhete que devo comprar, já que é a mim (a si) que a câmara pede para financiar a crise? Devo, então, comprar um bilhete de 5, ou de 1 basta?
Não coloco em causa nem a ideia nem a intenção. Somente a forma como o assunto, aparentemente, é formulado: sem plano bem definido, sem uma estratégia baseada em algo concreto, sem integração com o factor preponderante: as IPSS. Será que este acto de caridadezinha é apenas um argumento para justificar a realização deste evento a que chamam feira e, cujo brilho, se o tem, se deve, fundamentalmente, aos produtores de vinho e caves presentes, mas onde a cerveja é a única bebida que se paga?
Haja paciência!

(1) – Há ainda duas associações de dadores de sangue Mogofores e Sangalhos
(NUTs - Unidades Territoriais Para Fins Estatístico. A NUTIII – Sub Região do Baixo Vouga é composta pelos seguintes concelhos: Águeda, Albergª a Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira do Bairro, Sever do Vouga e Vagos.)
( CLASA - Conselho Local de Acção Social de Anadia que engloba várias dezenas de entidades).
IPSS – Instituições Particulares de Solidariedade Social.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A verdade incomoda

A criação de "anadiatemvoz" foi noticiada pelo blog "anadia100gente", este, um blog muito profissional, de carácter generalista, muito bem apresentado. Parabéns.

É transcrita, no "anadia100gente" parte do texto de apresentação, do "anadiatemvoz", o que muito me honra. O trecho suscitou várias reacções, expressas, até à data, em 8 comentários, alguns deles nada elogiosos mas que, não obstante, me deixam francamente satisfeito, porque são, afinal, a prova de que tenho razão. Por outro lado, demonstram que o blog não lhes é indiferente.
Há pessoas muito incomodadas com o anonimato do blog, recorrendo a este argumento para desvalorizar o "anadiatemvoz", como se fosse o único nestas condições e espetar umas farpas maldosas, usando o mesmo anonimato que tão veementemente condenam.
Aliás, o blog tem nome e eu, nos meus posts, um pseudónimo, apenas por uma questão de estilo e nunca para usar como arma de arremesso. Quem me conhece sabe que eu não me escondo atrás de quaisquer barreiras quando decido atirar "pedras". Porém, quem pretender publicar neste blog pode, com toda a legitimidade, usar o seu nome verdadeiro.
O problema não está no anonimato, mas sim no que se escreve a coberto dele. Que eu saiba, ninguém condena José Maria dos Reis Pereira, ou Fernando António Nogueira Pessoa e muitos outros por se identificarem com pseudónimos, em escritos seus.
Num dos comentários já aqui referidos há mesmo quem, certamente por não conseguir controlar os impulsos de um elevado QI, tente identificar o autor do blog. A esse anónimo lamento ter dizer que está redondamente eganado.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Texto de Lino Pintado publicado no RB e JB de 13/05
O triste fim do Cine Teatro S. Jorge
Quando a Câmara de Anadia comprou o Cine Teatro S. Jorge esperava-se que, no mínimo, lhe estivesse destinada a utilização que sempre teve. Era o espaço dos principais acontecimentos culturais e recreativos do concelho. Era espaço de cinema, teatro, música, dança, festas, homenagens, debates e sessões de esclarecimento. Mas não, inexplicavelmente, depois de passar a propriedade camarária o projecto gizado para o Cine Teatro foi votá-lo ao mais completo desprezo e abandono. Agora agoniza, de forma deplorável, em ruínas onde proliferam ratos e outra bicharada, colocando em risco a saúde e segurança dos moradores vizinhos.
Com lotação para cerca de 500 pessoas, (o recém inaugurado tem 266) distribuída por plateia, balcão e camarotes laterais, o belo S. Jorge foi, durante largas décadas, o salão nobre de Anadia. Um espaço onde a sociedade Anadiense celebrava a cultura, a festa, a cidadania e a liberdade. Onde colectividades e escolas do concelho realizavam eventos. Onde representaram grandes actores e desfilaram figuras ilustres do país. Onde, a seguir ao 25 de Abril, partidos políticos apresentavam propostas para construção de uma democracia acabada de nascer. Ali, tudo acontecia. Era mais que um simples espaço. Era um pedaço de história viva, onde ficaram gravados muitos dos marcantes momentos do nosso passado. Era parte de nós.
Atempadamente propusemos a sua recuperação e conversão numa oficina de artes performativas para o ensino da música, teatro, dança e realização de espectáculos. Mas a tranquilidade da minha consciência facilmente é superada pela força da vergonha e tristeza que sinto enquanto Anadiense confrontado com o estado em que o S. Jorge se encontra.
Aquilo que começou como um atentado ao património histórico e cultural é agora também um atentado ambiental a que urge dar solução.
Mas a situação do S. Jorge configura ainda, mais uma esponja passada na memória colectiva do nosso concelho. Talvez a maior de todas.
É pena, porque uma comunidade com futuro é a que respeita o seu passado. Se apagamos a história, perdemos as referências que nos conferem identidade e estrutura. Perde-se sentimento de pertença a uma comunidade enquanto elo de ligação colectiva e razão de afectividade e enraizamento a um determinado espaço e grupo. No fundo, deixamos de saber o que somos, o que representamos, a que pertencemos.
Ora, a identidade colectiva de um povo é a sua essência e sem ela é muito mais difícil encontrar um rumo e programar estratégias de desenvolvimento.
Os que defendem que se abata o velho para construir o novo usam, muitas vezes, o perturbante argumento do progresso e da modernidade. Pura ilusão! Modernidade não é demolir ou votar ao abandono edifícios com valor histórico e arquitectónico pela simples razão de serem velhos. Isso tem outro nome: Ignorância. Modernidade é o contrário, é preservar e reabilitar edifícios históricos, recuperando-os, requalificando-os se necessário, tornando-os funcionais e optimizando essa funcionalidade ao serviço do futuro. Modernidade é dar futuro ao passado e saber conjugar e fazer conviver o antigo com o contemporâneo.
Já repeti algumas vezes esta argumentação. O suficiente para perceber que não é entendida e aceite pela maioria PSD na Câmara. Mas se é pedir muito que olhem para os bons exemplos de vários concelhos ou que pensem e cheguem a uma conclusão diferente daquela a que têm chegado e que tem sido nenhuma, então, pelo menos, resolvam urgentemente este grave problema ambiental. Está em causa a saúde e segurança pública. Ou também será pedir muito?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Apresentação do blog anadiatemvoz

Caras amigas e caros amigos
Para quê mais um blog de Anadia? perguntarão vocês.
De facto temos assistido, ultimamente, a uma profusão de blogs administrados por blogers de Anadia mas, de todos eles, venha o diabo e escolha. Perdem-se na piada fácil, regra geral ofensiva, no enxovalho, no ataque pessoal, até no elogio fúnebre do Salazarismo. Mas, ideias verdadeiramente contributivas para o engrandecimento deste concelho, cada vez mais envelhecido ( taxa de natalidade 3 pontos inferior à média do país e 2,5 pontos inferior à média da NUT III, e taxa bruta de mortalidade 2 pontos superior à NUT III, na qual estamos integrados) onde cada vez mais escasseiam as oportunidades para a juventude e não apenas para ela, essas, nem vê-las.
A constatação desta triste realidade levou-me a criar este blog e a chamer-lhe aquilo que quero que ele seja: a voz de uma anadia com capacidade crítica, interventiva, disposta a acabar com status vigente, promotora da mudança, que faça da esperança a mola impulsionadora, mas que, acima de tudo, tenha ideias.
Caro amigo/amiga, não tenha medo de deixar neste espaço as suas opiniões, as suas queixas, as suas preocupações as suas sugestões. O blog permite a omissão da identificação, mas não use o anonimato para desrespeitar, ofender ou caluniar seja quem for.
Escrevam. O espaço é vosso.
Um abraço
Zaratustra