Hoje vamos falar de: Mulher Coragem
Passa hoje mais um dia em que se homenageia a mulher.
Provavelmente esta iniciativa nunca teria visto a luz do dia se, naquele célebre e fatídico dia 8 de Março de 1857 não tivessem morrido, queimadas, 129 mulheres, operárias da fábrica Cotton. Esta lamentável ocorrência teve a mão criminosa da polícia novaiorquina, que incendiou a fábrica, pelo simples facto, actualmente tão corriqueiro, das operárias terem interrompido a laboração, como forma de exigirem melhores condições de trabalho.
Que se saiba não foram apurados responsáveis pelo crime.
Mas, na altura tal como agora, as soluções levam uma eternidade a serem encontradas e o tempo viria a provar que as exigências eram legítimas, pois, já passados cerca de 55 anos, mais 146 mulheres, costureiras noutra fábrica também em N.Y., pereceram em novo incêndio, desta vez não por retaliação, mas pela inexistência de condições de trabalho e segurança.
Estes, porém, foram apenas dois aspectos, que pelas piores razões colocaram em maior evidência a mulher. Contudo, ao longo dos tempos em que assumiu a condição de operária foi muitas vezes notícia pelas lutas, que nunca temeu travar, em prol do reconhecimento e respeito da sua condição de mulher trabalhadora. O processo é, todavia, moroso e decorridos que são 150 anos após a trágica contestação, continuam, sem qualquer razão a ser desvalorizadas pelo estigma de pertencerem ao “sexo fraco”. Que coisa mais absurda!
Mulher vitima, ou Mulher coragem? Mulher coragem! E não apenas “Mãe Coragem” como lhe chama Bertolt Brecht.
Actualmente elas festejam, efusivamente, esta data. Nada contra. É, afinal, já um resultado da luta que há muito vêm travando.
Mas porque tentam, acho eu, imitar o comportamento dos homens? Porque caem elas nessa armadilha? Isso, eu não percebo!
Seja lá pelo que for - talvez uma forma de protesto. Bem diferente, felizmente, da que no mesmo dia, há 150 anos atrás vitimou mais de uma centena de Mulheres Coragem.
Elas andam a ficar um bocado atrevidotas, mas, apesar disso não posso deixar de, sinceramente, vos convidar a dizer um:
Obrigado
Viva a Mulher.
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